"A matemática venceu a guerra"
"Esta é a primeira frase do filme Uma Mente Brilhante, que conta a história real do matemático John Nash, prêmio Nobel de Economia em 1994 e que recebeu oito indicações para o Oscar deste ano.
A frase é dita por um professor na Universidade de Princeton (EUA), onde John Nash fez seu doutorado na segunda metade nos anos quarenta. O professor se refere à segunda guerra mundial e instiga, nos alunos, o desafio das grandes conquistas matemáticas – voltadas, sobretudo, para o uso do Ministério da Defesa dos Estados Unidos, principalmente na questão de quebra de códigos secretos – em tempos de guerra fria.
No Brasil, o desafio que envolve a matemática é de outro tipo: em testes de natureza global, os estudantes brasileiros, de ensino fundamental e médio, têm tido em geral péssimo desempenho na matéria. "Os professores não são bem formados, os salários não são bons, atualmente o prestígio social do professor de ensino fundamental e médio é pequeno e o número de alunos cresceu muito. Tudo isso nos levou a um problema sério de competência no ensino", analisa Jacob Palis, diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e coordenador do Instituto do Milênio: Avanço Global da Matemática Brasileira.
Se a matemática nos níveis fundamental e médio está mal, a sorte do país é que, em termos de pesquisa de ponta, estamos mundialmente bem situados. "Gozamos de sólido conceito internacional", afirma Palis, que destaca que, no ranking da União Internacional de Matemática, a entidade internacional mais importante da Matemática, "o Brasil é o único país latino-americano que está ao lado da Hungria, Polônia, Bélgica, Austrália, China e India".
Outra sorte do Brasil é que, em se tratando de matemática, a elite quer socializar os lucros: "nossos pesquisadores querem contribuir para a melhoria do ensino em todos os níveis", destaca Palis, para quem essa competência poderá contribuir para alavancar o ensino fundamental e médio, aliada à melhoria das condições de trabalho dos professores."
Esse texto revela a real dificuldade que passamos, como professores nos dias atuais, refletindo no ensino, mas aponta, por incrível que pareça, o nosso país como uma das principais fontes de contribuição para a pesquisa de ponta na matemática. Daí surge uma pergunta:
Como o ensino básico da matemática no Brasil pode resultar num péssimo desempenho para os alunos, se o nosso país está bem no ranking de pesquisa na matemática?
Referência: http://ftp.mct.gov.br
3 comentários:
João e Renata,
Este é realmente um grande paradoxo.
Só não consegui acessar o texto original. Qual será o problema?
http://ftp.mct.gov.br/especial/matematica.htm
Esse é o link direto à fonte.
Realmente, é um grande paradoxo.
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